SAMBA DO REENCONTRO: DOMINGO NO MUSEU VOLTA EM VERSÃO ONLINE

Os domingos na Pampulha tinham mais cor e suingue com música. Desde 2005, o projeto Domingo no Museu, idealizado por Rose Pidner e realizado pela Veredas Produções, movimentou o auditório do Museu de Arte, uma vez ao mês – com eventuais hiatos. Pelo palco do auditório do museu, que já foi boate do cassino no projeto original de Oscar Niemeyer, passaram artistas de várias cidades, de vários estilos, da canção ao instrumental, com público fiel que aproveitava o programa musical para também disfrutar da beleza do conjunto arquitetônico da Pampulha, patrimônio cultural da humanidade. Na edição de 2019, que teve patrocínio do Instituto Unimed-BH, por meio dos recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, passaram pelo projeto o grupo Breque Moderno, a pianista Bianca Gismonti, o compositor e guitarrista Affonsinho e os violonistas Marco Pereira e Paulo Bellinati. Aí, em 2020, veio a pandemia e o resto é história que todo mundo conhece.

Agora, em 2021, o Domingo no Museu propõe um reencontro com a música na Pampulha, desta vez digital e com um cenário um pouco diferente. Do quintal da Casa Kubistchek, que foi de fato residência de Juscelino, também projetada a pedido dele por Oscar Niemeyer, direto para a casa de cada um, o projeto convida o público a um domingo para curtir com a família. A programação traz um panorama rico do samba feito em BH – gênero que protagonizou algumas das mais concorridas edições como conhecemos pré-pandemia, no Museu de Arte. O Domingo No Museu, online, em edição especial, é viabilizado com recursos da Lei Aldir Blanc, via Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG).

Dali do quintal da Casa Kubitschek, vamos voar pela região da Pampulha, também para matar um pouco da saudade deste que é um dos cartões-postais mais importantes de Belo Horizonte. A apresentação desta edição especial, que é também dedicada à memória de sua idealizadora – Rose Pidner, ficará a cargo de ninguém menos do que Mauricio Tizumba.

Os shows da edição online do Domingo no Museu serão apresentados em sequência, no canal da Veredas Produções no Youtube: youtube.com/veredasproducoes, dia 27 de junho, a partir das 11h, horário tradicional do projeto desde seu início.

No cardápio musical deste domingo especial de samba, o projeto recebe Gustavo Monteiro, que convida Fernando Bento, a cantora Giselle Couto e Vitor Santana em apresentação junto ao violonista e cantor Sergio Santos.

GUSTAVO MONTEIRO CONVIDA FERNANDO BENTO

Gustavo Monteiro é violonista, e, com seu 7 cordas, é considerado um dos principais instrumentistas da nova safra do samba-choro mineiro. Integra os grupos Piolho de Cobra (choro), no qual fez parceria nos violões com o saudoso Mozart Secundino, Figa de Guiné (samba), Isto é Nosso (choro) e Trio Caviúna (trio de violões).

Com 20 anos de carreira, ele lança agora seu primeiro álbum de sambas autorais, intitulado “Gênesis”. O repertório para o Domingo No Museu Online inclui parte desse repertório novo, além de clássicos do samba – incluindo nomes como Zeca Pagodinho, Toninho Geraes, Ary Barroso e Dona Ivone Lara, em uma homenagem no ano de seu centenário.

Para a apresentação, ele convida Fernando Bento, cantor de voz poderosa – e também cavaquinsta – e de estilo marcante que certamente é uma referência para o público que sempre frequentou as rodas de samba da cidade. Completam a banda Artur Padua (voz e violão 6), Aloizio Horta (contrabaixo elétrico) e Robson Batata (percussão geral), músicos que são parceiros de longa data e gravaram com Monteiro o disco “Gênesis”.

GISELLE COUTO

A cantora Giselle Couto é um dos destaques da sua geração, com sua voz limpa e clara, de timbre marcante e interpretação inconfundível. Revelou-se no samba em 2002, com o grupo Samba na Ladeira. Em 2005, foi uma das seis selecionadas para o projeto Cantoras D’Aqui. Também compositora, ela apresenta seu mais recente trabalho, o disco “Natureza”, que além de músicas suas traz também canções de outros autores.

O disco “Natureza” tem produção musical e arranjos do violonista Thiago Delegado, participação especial de Sergio Pererê e aposta nas composições dos mais renomados sambistas como Toninho Geraes e Moyseis Marques, além da nova safra feminina de compositoras como Clara Delgado, Marina Sena do Rosa Neon e a própria Gisele. A cantora reuniu um time diverso de compositores num álbum onde sua potência vocal é destacada.

Ela chega no Domingo no Museu Online acompanhada por Thiago Delegado (violões), Marcelo Ricardo (bateria), Robson Batata (percussão) e Aloízio Horta (contrabaixo).

VITOR SANTANA E SERGIO SANTOS

Vitor Santana, dividindo o palco em apresentação especial junto a Sergio Santos, elevam à máxima potência o peso que o samba tem. Vozes graves, violões marcantes e um repertório de composições que se aprofundam na origem dos ritmos afro.

Vitor abre a apresentação. Na sequência, recebe Sergio Santos para um set em duo. Depois, Sergio Santos continua, apresentando um repertório baseado nos seus sambas em parceria com Paulo César Pinheiro, gravados em vários de seus discos, além de composições de outros expoentes do gênero, como Noel Rosa, Dorival Caymmi, Tom Jobim e Paulinho da Viola.

A obra de Sergio Santos apresenta uma gama variada de ritmos e gêneros, é compositor de valsas, choros e baladas a jongos, frevos e baiões. O primeiro grande marco de sua carreira aconteceu em 1982, quando participou do espetáculo “Missa dos Quilombos”, de Milton Nascimento. Em 1991, conheceu Paulo César Pinheiro, que se tornou seu grande parceiro. Seu primeiro disco, “Aboio”, foi lançado em 1995, com a participação do violonista Raphael Rabello e de Sivuca – o trabalho foi indicado ao Prêmio Sharp, inclusive. De lá para cá, lançou mais oito discos, sendo o último “São Bonitas as Canções”, de 2019, junto com André Mehmari, Rodolfo Stroeter, Nailor Proveta e Tutty Moreno.

Vitor é violonista, cantor e compositor e tem quatro discos lançados: “Abra Palavra”, de 2004, com Mariana Nunes, “Beirute”, de 2010, e dois com o Coladera (“Coladera”, 2013, e “Lá Dôtu Lado”, 2018), parceria sua com o violonista português João Pires e participação fundamental do percussionista Marcos Suzano.  Sua trajetória soma influências de grandes nomes da música popular brasileira e de ritmos e experiências, africanas, latino-americanas e europeias – essa mistura de gêneros é muito conhecida em seu projeto Coladera.

Ambos os artistas têm história com o Domingo no Museu. Vitor lançou o primeiro disco do Coladera em 2013 no projeto e, em 2018, retornou junto com Sergio Pererê para apresentar o show “Canções Praieiras”, em homenagem a Dorival Caymmi. Sergio Santos tocou três vezes no projeto: em 2005, convidando Paulo César Pinheiro, André Mehmari e Teco Cardoso; em 2011, convidando Chico Pinheiro e Serginho Silva; e em 2014 ao lado de Tuty Moreno – além de ter sido convidado para apresentações de outros artistas, como por exemplo do trio argentino Aca Seca, em 2009.

SERVIÇO
Domingo no Museu 2021 Online

Quando: 27 de junho, 11h
Assista em: youtube.com/veredasproducoes